quarta-feira, 21 de novembro de 2012

"Cerdos y subidas!"


No passado domingo a Rota d'Ossa e o Sobe Desce Team fizeram-se representar numa aventura internacional em Salvaleon, Espanha. A. Cachucho, C. Mourato, R. Casaca, L. Bailão (como motorista e director de prova...) da Rota e J. P. Garcia do SDT estiveram presentes  para pedalar em terras mouras. Nestas terras, e sob o olhar do castelo onde o lendário Ibn Marwan, fundador de Badajoz se refugiou, "los portugueses" deixaram sangue, suor, lágrimas e uns invólucros de barritas energéticas e algumas de gel.
A prova intitulava-se II Ruta MTB "Salvaleon Cuna del Ibérico".  O titulo de "Berço do Ibérico" é merecido devido a um dos motores económicos da região: criação de porcos pretos para fumados. 
A chegada a Salvaleon foi tranquila, com a entrega dos dorsais a decorrer sem sobressaltos no pavilhão desportivo local, onde haveriam de funcionar os banhos, mais tarde. Um mimo para este "pueblo", limpo e arrumado. 
A altimetria anunciada no gráfico disponibilizado pela organização deixava antever alguns momentos de adrenalina, dados os "picos": subidas com "até 18% de desnivel" e descidas acentuadas, que no terreno estavam muito bem assinaladas com sinais de perigo, tanto, que surpreendiam por resultarem relativamente fáceis e seguras. A organização jogou pelo seguro. No centro da localidade reuniram-se mais de 100 atletas. A prata da casa contava com 29ers e Carbono com fartura, com os duros locais a preparem-se para a parte competitiva do passeio: um trajeto de 4km com prémios para os 3 primeiros baseado numa "meta volante" prevista para o final da prova mas introduzida no principio- coisas de espanhóis. Ao longo do percurso de 45km foi possivel observar belas paisagens, a lembrar um "alentejo mais montanhoso", passar por alguns single tracks algo escorregadios e ver as varas de "cerdos" pretos a curtir as bolotas que apanhavam. As subidas pareciam intermináveis, com o desfazer de cada curva e galgar das lombas a mostrar outra subida. A. Cachucho constatava que "Porcos, porcos e subidas, é o que há nesta terra!". Mourato e J. P. Garcia, os mais rápidos da comitiva, categorizaram a prova como "durinha, durinha". O saldo do GPS resultou em 1302m de acumulado em 45km de extensão- um pouco pior que os 50km dos Ganhões de 2011, para comparar. O percurso estava marcado qb,  e os abastecimentos tinham o necessário (água, fruta e algumas barras de cereais) mas alguém habituado a pedalar em Estremoz, com provas como o Estremozbike e Ganhões sente falta de mais qualquer coisa: mais pessoal no terreno, mais e melhores marcações, uma estrutura  no local de partida e chegada. Pormenores. Não que a pequena organização estivesse mal, pelo contrário: os gringos foram sempre muito bem tratados, com simpatia, com banhos de água fresquinha para retemperar os musculos e um repasto no bar local (El Oásis- e podia ter sido) servido pelo "Manel do Cantinho" local, muito bem regados com Colas, Ice Tea e cerveja indigena. Imaginem que o almoço foi servido..num primeiro andar: "Até para comer temos que subir" desabafou C. Mourato. A visão da varanda lembrava a Argentina de "Evita". No final do almoço (constituido por um bouquet de carbohidratos, proteína e gordura acompanhados de ...porco frito) eis que aparecem uns bolos de pastelaria fina para acompanhar o café com leite como é habito dos "nuestros hermanos" enquanto a entrega de prémios e sorteio de produtos "pork-based" fintam completamente os portugueses. Ainda sonharam com um presunto na rifa, ou quiça, um tupperware de torresmos. Em vão...Mas nada estragou a boa disposição da comitiva, especialmente do motorista, que apreciou as vistas, tirou umas fotos, remendou uns furos e ainda almoçou barato, além de ganhar um saco de brindes! 
J. P.,quando é a próxima?

As fotos serão publicadas quando disponiveis.

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